tag:blogger.com,1999:blog-49107586936831064202024-03-05T18:55:47.001-08:00 move alonglike I know you doGregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.comBlogger39125tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-21167174397608431032011-02-17T06:24:00.000-08:002011-02-17T06:25:42.619-08:00<span style="font-weight: bold;">29</span><br />Nada mais excitante um gato que dorme.<br />Dorme não, morre.<br />De língua pra fora, mordendo a ponta.<br />Ronronando a princípio, tiques nervosos e<br />de corpo, abandono.<br />Em posição fetal. Aos dois meses, filhote ainda?<br />Mas tal criatura estrábica.<br /><br /><br />Coloco reticências em tudo. Às vezes, as tiro relendo meus escritos para não passar por leigo, mas o fato é que não sei escrever. E, mesmo odiando correções, ainda assim, não sei escrever...<br /><br />Tem um pensamento ali caminhando, três pontos, (pontinhos) três passos.<br /><br /><br />Tem culpa cá dentro e uma raiva não canalizada me tirando a razão, me fazendo imoral.<br />Quando, reconhecendo meu erro, não me lembro mais dele.<br /><br /><br />Tem culpa cá dentro.<br />Um gato morto ao meu lado.<br />E eu não sei escrever.<br />Eu.<br />Escrever.<br />Não.<br /><br />Seu cheiro.<br />Seu pelo.<br />Apelo.<br />Silêncio.<br /><br />Se pudesse, te esmagaria com minhas próprias mãos. O faria explodir, e possuir-te enfim. Eu seria. Matar-te-ia.<br /><br /><br />Liberdade nada mais é que instinto. Instinto que não reprimimos. Viver: comer, respirar, amar, matar e, por fim, morrer. Liberdade é ser bicho.Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-9875741359840043592011-02-17T06:22:00.000-08:002011-02-17T06:24:42.161-08:00<span style="font-weight: bold;">O Bicho na Montanha</span><br />Do negar o sonho para não ser<br />Contrariar o curso e desviar a rota<br />Da poeira que embruma o sentir, e esquecer<br />Enquanto a lua nos envolta<br />Sê o que ninguém ousou portar<br />Não beber<br />Não comer<br />Não falar<br />Sedento por confusão<br />Sedendo por vaidade os momentos da razão<br />Cais em profunda agonia<br />No cais da solidão<br />Faz da vida a fantasia<br />Dos otários que profanam de paixão<br />O Bicho, o meu lugar esquenta<br />Sabe que o tempo não importa<br />Celebrando, faz da tragédia a mais bela festa<br />Cumpre em dança minha derrota.<br /><br />Da longa caminhada em que aqui cheguei<br />Se paro e morro, digo pelo caso de que me cansei<br />Tento, ao menos, o sonho do recanto<br />Encontrar Nele alento à todo o pranto.<br />Que a menina meu destino guarda em véu<br />Pois de desço viro presa pouco a pouco<br />Se me esqueço, assim permaneço, até o céu<br />Mas aqui preso, fico um tanto quanto louco<br />Do que se agarra para mostrar<br />Ter certeza de viver<br />Em pleno peito declarar efêmero pulsar<br />Balbuciantes palavras a perecer<br />Pois o instante acaba<br />O efeito logra<br />O eterno enferma<br />A verdade morta<br /><br />Do Bicho à espreita<br />Tomado de volúpia fome<br />Sua, minha, nossa ceia<br />Consumi o mundo. E Ele me consome.Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-31577965568810611902010-09-18T17:08:00.000-07:002010-09-18T17:09:19.280-07:00<span style="font-weight: bold;">O Amor imita a Arte</span><br />Cuidado para não te perderes,<br />Conhecemos as ruelas<br />E as falas de cor!<br />A sombra de tua face<br />Menina,<br />Shakespeare desenhou em cada pormenor.<br />Mas não esqueças que teus perigos,<br />Neste sítio descoberto<br />Estudado<br />Decifrado em cada estado,<br />Reserva o prazer melhor:<br />Podes tudo<br />Sabes tudo<br />Não há limites resguardados:<br />Cuidado!<br />Entre na dança e seja a donzela<br />Esqueça os fantoches<br />A arte<br />A platéia.<br />Faça do rosto a aquarela<br />Guarde o repertório<br />Não se perca na idéia<br />Sorria e encante<br />Represente<br />Ame!Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-1829826463336077492010-09-18T17:07:00.000-07:002010-09-18T17:08:27.963-07:00<span style="font-weight: bold;">Ma Tante d'Honfleur</span>
<br />É domingo. É domingo há seis meses; em minha vida agora só há um dia na semana: um domingo cansado, cheio de podridões secretas, um pouco mais químico, mas mais barulhento em suas esperas. Ando esperando por muito há muito tempo, o tempo que virá e mudará os dias, as vidas e crenças. Espero pelos dias em que sinto estar mais próximo da certeza de ser, de ter, do nirvana utópico do mundo. No topo do mundo. Sinto que tenho esperado minha vida toda e na maioria das vezes não sei nem bem pelo que. Nada é mais monótono do que uma catástrofe: começo a me acostumar.
<br />Uma vida de esperas incertas, quando não se há esperança não há em que se acreditar; vivo num mundo de dúvidas e indiferenças e o que posso dizer é que me cansei. Estou tão farto de esperar por um futuro que tão rápido se esvai, de não saber como fazer, o que buscar para entender e me conformar. Não há como me adaptar, esses valores não são meus, as ambições que não me afetam em nada. Nada do que vejo me interessa. Não sei o que quero, mas sei que não é nada disso. Eu só espero. Espero o domingo passar e levar consigo neste espasmo de tédio e solidão. Que venha uma segunda-feira desperta e uma segunda chance de viver novamente.
<br />Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-87042634591065517482010-07-16T11:18:00.001-07:002010-07-16T11:18:58.662-07:00<strong>Domingo<br /></strong>O caminho de volta é sempre marcado por lembranças, desejos de encontros e reencontros com aqueles que deixamos para uma hora, exatamente a que se faz presente, regressarmos e nos lembrarmos que há sempre alguém que nos espera e nos deseja ver melhores, inovadores, mas com a mesma essência de quando nos deixaram partir. E nós, voltamos com a sensação de que nada terá mudado e que será tudo exatamente igual, como quando deixamos ficar. Talvez seja por isso que partimos.Mas o caminho propriamente dito, visto de dentro do ônibus à caminho de casa não era o mesmo, assim como as perspectivas: um trajeto enfadonho, na pressa de chegar. Que dizer desses ermos lôbregos que nos passam e não convidam a vista? Ainda que dessem mais importância a audição, como meus companheiros de viagem que se ocupam com radinhos à pilha, concentrados no jogo que está para começar, já conformados que não chegarão a tempo. Lá fora é domingo. Lá fora é Minas Gerais. E junto à paz dos campos mineiros, se aplica a paz do domingo mineiro.Nunca será tão domingo como aqui. E em sua obrigação dominical deixar que nada aconteça; os pastos cumprem o catequético dever de não florescer junto à pequena manada que descança na terra e se agasta em se deixar ficar.Com o tempo a gente se acostuma e se sente tocado por essa terra humilde, que nos acolhe com sua pureza. Nada é mais belo do que uma imagem sincera: a paisagem nos encanta por sua carência e simplicidade. E sentimos que o mundo todo se estende ali, naquele domingo pacato; naquela falta de cores que camuflam nossos pensamentos; num mundo cru e nu de cupins, bois e moscas. O que realmente falta ali é figura humana. Salvo por resquícios de uma nobre casinha branca, que de um atravancado fogão à lenha expele fumaça nos enchendo o peito e nos fazendo deliciar com imaginários pães e broas; decerto há uma amada vovó cochilando lá dentro à espera de seus assados.<br />Se o Brasil não se superou em larga escala, se as injustiças e toda a miséria não foram combatidas enquanto estive fora, em compensação, Minas Gerais permanece a mesma. As pessoas permanecem satisfeitas com o pouco, assim como os animais permanecem conformados com suas monotonias fáceis, o céu límpido e claro, e a modesta estrada empoeirada.Quem sabe não será desse fenômeno cotidiano e extraordinário de uma cidade do interior, que poderemos compreender melhor como as coisas se modificam ao nosso redor ao longo da vida, como mudamos em relação ao mundo e a nós mesmos, mas como numa deixaremos de ser um pedaço daquilo que nascemos e aprendemos a amar, um pedaço de terra castigada que nos mostra que não há prazer maior no mundo como retornar?À beira de uma árvore um boi solitário observa meu ônibus passando, levantando mais poeira do que de costume, talvez reparando com certa arrogância o carnaval que fazem aqui dentro no exato momento em que se escutam pelo rádio o gol feito por Robinho.Continuei, me retorcendo no banco, a reparar displicente o boi deitado e suspirei de vontade de me juntar a ele. Todos aplaudem e riem. E eu ficaria lá, ao lado do boi, dormindo no domingo de Minas Gerais.Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-15389736438077353722010-07-15T11:12:00.001-07:002010-07-15T11:14:30.057-07:00<div class="para"><span style="font-weight: bold;">O garoto da janela</span><br />Abri meus olhos sem calma. Quantas horas dormira? Consultei o relógio, a provação: pouco mais de três horas. Gritos ecoavam em minha cabeça como num sonho mal cumprido, eu não conseguia me mover, tampouco fechar meus olhos; contemplava o meu teto em sua magnificência de nada-ser, nada-ter, mas dizer tudo num simples ato de se fazer notar quando gritos me invadirem e me acordarem às cinco da manhã.<br />Ergui meu corpo e me sentei, minha cabeça doía em observar a garrafa de vinho tinto vazia e sentir o gosto indecoroso de fumo da noite mal dormida: eles ainda gritavam.<br />Senti um nojo horrendo rasgar meu corpo das têmporas aos pés, e tocar minha alma. Eu não podia vê-los dali, mas eles faziam questão em se fazerem presentes, em me acordarem para vida. Os meninos prodígios, prontificados às cinco da manhã de uma quinta-feira gélida e indisperta para gritar o hino nacional e provar que ali estarão sempre ao nosso dispor. Pequenos militares brasileiros... Mas eu sabia toda a verdade: não passavam de mauricinhos exibicionistas clamando atenção; ou talvez, pobres diabos que precisavam, como eu em breve, suponhei, do "dinheiro-rápido-fácil", dar-lhes-ia certamente o crédito de estarem em plena madrugada acordados, semi-nus, gritando em minha janela, naquele clima de Barbacena da época; conseguia eu, quase lamentar por eles.<br />Foi então que decidi sofrer também: joguei longe as cobertas, escancarei as janelas completamente nu e pus-me a sussurrar de olhos fechados o hino nacional. Me uni heroicamente aos meus meninos prodígios e ergui meus braços como numa poética continência. </div>Não sei dizer por quanto tempo permaneci assim, se assustara alguma dona de casa descuidada que preparava humildemente o café da manhã. Sei que os pequenos milicos haviam parado de cantar fazendo com que eu, aos poucos, parasse também. O que se sucedeu talvez fosse um perdido enquanto as sombras mudavam os objetos dos lugares no prestes amanhecer, ou um contemplar de sol ressurgindo naquele considerado o céu mais limpo do mundo. Eu e minha privilegiada vista.<br />O que ficou em mim na verdade foi a consciência dos sofrimentos futuros, a certeza do amanhecer do dia e de todos amanheceres que eu seria obrigado a presenciar; a angústia de quem vive, incrustada em minha pele arrepiada por toda uma eternidade. Eu poderia ficar ali o dia todo, poderia ouvi-los gritando minha vida inteira, soferia por eles. Me doaria em favor de suas dignidades e seria eternamente o garoto na janela com medo do nascer do dia.Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-83092955078486131252010-06-24T11:56:00.000-07:002010-06-24T12:03:38.742-07:00<span style="font-weight: bold;">Nirvana com Noite</span><br /><br />Reabri meus olhos sem calma<br />Pois num minuto de dor turvo<br />E senti, entrando em minha alma<br />Enquanto vencendo o sol recurvo<br /><br />O pêndulo de acentos graves<br />Tocava atroz o meio-dia<br />O céu levava as aves<br />Num mundo que se entorpecia<br /><br />Dorme ó meu coração!<br />E em sonolência bruta<br />Cante em ti esta canção<br />Que por hora, ninguém escuta<br /><br />Ó leva-me contigo, doce esperança<br />Engole o tempo enfim desta vida diminuta<br />Acabe com este gosto que nada alcança<br />Do fundo abismo que me enluta<br /><br />Ó leva-me contigo, nirvana em noite abrupta!Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-11476527287911472082010-04-09T14:40:00.000-07:002010-04-09T15:03:13.471-07:00<strong>A Donzela coroada.</strong><br /><br />O frio cortante anunciava as varreduras dos campos com seus lírios machucados. Deus não perdoaria ninguém. Há primeiro momento conto que eu ainda não tinha vinte e três e meu temperamento vital motor, que conseguia eu ainda ignorar, conferia um novo e estranho calor, naquele estado de estação do ano, a um coração estranhamente não tão cheio de vida.<br />Se era surpreendente que ela concebesse uma certa benevolência por um jovem aparentemente tão cansado para sua idade, mas suave e modesto, com um aspecto bastante agradável, era ainda menos surpeendente que uma mulher encantadora, cheia de espírito e de graças, me inspirasse, juntamente com minha gratidão, sentimentos mais ternos, que eu não chegava a distinguir.<br />Mas o que é menos comum é que esse primeiro momento determinou a sorte de minha pessoa por toda a minha vida e estabeleceu, por um encadeamento lógico, o destino do resto dos meus dias.<br />Para começar, uma corrente de estranhezas num dia menos propício numa praça cujos lírios não encantavam ninguém, a conheci. Faz precisamente dez anos e ela já estava em seus 28 de pura vivacidade. Com gesto de terna candura, sorriu para mim. Eu, distraído em sua ações e sorrisos para com suas amigas, ao notar ser notado, senti que corava as faces e contemplei em resposta um sorriso tão grande que também senti corar os lábios, de certo ensanguentados pelas rachaduras agora abertas, que o frio proporcionava.<br />A imagem, por mais encantadora que fosse, não ofuscava a dor que senti, que como num passe de mágica revelava outras tantas incomodadas partes de meu corpo cansado, e quando me flagrei completamente aturdido em minhas mãos arroxeadas e gélidas, optei por ajustar a velha casaca fúnebre herdada de meu pai, e levantando do banco em que eu estava indaguei quanto tempo eu estivera ali, e pior, por quanto tempo me perdi em monotonias fáceis de meus pesares para que quando eu tomasse em mim, percebesse que a donzela coroada já estivesse me deixado, fazendo com que eu irritado, com ninguém mais do que eu mesmo, deixasse o banco em que me encontrava a sós com aquela solitária e fria praça, salvo pelo livro de versos que eu, tão distraidamente, havia esquecido abandonado. Abandonado naquele dia, em que mais tarde eu reconheceria, ser o dia mais frio de minha vida.Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-66859669293467342632010-01-15T15:19:00.000-08:002010-01-15T15:20:53.803-08:00<strong>Juventude saturada</strong><br />Você só vai entender quando tiver vivido o suficiente para isso. E quando tiver a idade que lhe mostrará um caminho de certos e errados, buscas e desperdícios quererá voltar. Por isso toca-te tanto aqueles textos incríveis que te dizem como deves ou não viver. Deves ou não agir diante do inesperado. O inesperado que acaba por ser o mesmo para qualquer um. Todo mundo se identifica, todo mundo quer fazer igual e tirar o que há de melhor desse período que chamamos de vida. Quantas vezes escutastes para viver intensamente o presente. Para se preocupar com o aqui e o agora, e para não pensares nos futuro?<br />A vida não é nada traiçoeira, não brinca nem te põe em perigo. Ela é chata. É tão chata que acaba perdendo a graça de se fazer importante, ou até mesmo essencial. Segue um plano, um plano igual, rotineiro e idiota. Vais nascer, vais aprender, vais errar, vais cair, se decepcionar e se arrepender. Mesmo. Mesmo quando tiveres na idade suficiente para encontrar teu caminho trilhado e dizer que tudo valeu à pena e que se pudesse voltar no tempo, faria tudo exatamente igual. Uma vida de desgraças, uma vida curta, uma vida fácil. É sempre vida. É base, é o que te faz e o que realmente te importa. É desgastante demais cumpri-la com a idéia de que acaba. É contraditória. E essas são idéias apenas de uma mente nova, fraca e pobre de alguém que nada sabe do caminho trilhado.<br />Mas imagina, e se depara com os fatos e se cansa com o esperado.<br />Muita vida em pouca idade.<br />Muita alma em pouca chama.<br />Fez envelhecer de tanto que a alma viveu. Cansou e desistiu.Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-5272975566303442092009-11-22T19:13:00.001-08:002009-11-22T19:16:25.955-08:00Percebi que invento palavras, conjugo verbos nas formas mais bizarras e crio significados <span id="SPELLING_ERROR_0" class="blsp-spelling-error">promiscuos</span> para substantivos desconhecidos. Pior mesmo é quando dano a usar <span id="SPELLING_ERROR_1" class="blsp-spelling-error">adjetivos</span> <span id="SPELLING_ERROR_2" class="blsp-spelling-corrected">difíceis</span> em minhas <span id="SPELLING_ERROR_3" class="blsp-spelling-error">ações</span>, <span id="SPELLING_ERROR_4" class="blsp-spelling-error">afirm</span><strong><span id="SPELLING_ERROR_5" class="blsp-spelling-error">ações</span></strong>. Isso anda me incomodando um pouco...Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-11756930675496731422009-10-08T12:42:00.000-07:002009-10-13T12:30:25.424-07:00Dos desejos que possuo, das verdades que construo e dos poderes que finjo possuir, o que fica em mim é bem mais fraco e <span id="SPELLING_ERROR_0" class="blsp-spelling-error">inexato</span>. Da máscara que criei consigo olhares admirados, das palavras que escolhi em minha boca, sinto uma voz abafada quase um sussurro numa noite negra badalada por luzes de <span id="SPELLING_ERROR_1" class="blsp-spelling-error">neon</span> em festas sinuosas. Do que sou e mostro, o que tenho em mim é bem menos do que realmente encanto. O que sei de mim é cru e nu, é essencial e simples. Aqui, dentro de mim, não há poses. Sei bem o que sou e de como gosto...Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-56117005078832849682009-09-14T22:21:00.001-07:002009-11-22T19:24:32.283-08:00<strong>Meninos perdidos</strong><br />Hei de encontrá-los em cada lugar que fores, mas não abra seus olhos demais, os garotos costumam ter medo de estranhos. Não que você vá ser um anormal demais perto deles, mas eles, acredite, são demais para sua anormalidade.<br />São pequenos, variam de forma, cor, e espaço. Mas são sempre os mesmos seres pensantes. Os mesmos seres tocantes. E em sua forma pequena, discreta, quase imperceptivel aos olhos amadores, quase nunca são notados. Mas isso não os afeta na maioria dos tempos, preferem ser encontrados por aqueles seres também pequenos que não buscam, esperam.<br />E de encontro em encontro percebem tamanha grandeza de seus intimos. E de corpo. E de alma. E sentem. Sentem mais que qualquer outro ser pensante escondido ou quase imperceptivel aos olhos amadores. Sentem tanto que sofrem. Sofrem pelo que encontram nos caminhos. Sofrem pelas diferenças encontradas e indiferenças para com suas dores. Sofrem pelos outros que não enxergam o sentimento e a verdade escondida em cada ato. Em cada plano. Local. Cor. Desejo. Dom. Feito.<br />E então se perdem, os meninos se perdem nos detalhes que seus olhos não amadores os apresentam, de repente sentem medo. Alguns desistem. Esquecem as dores as esperas e não buscas as cores e o espaço. Disfarçam da forma mais descarada os detalhes, o escondido do podre de cada ser. Abandonam suas particularidades pequenas não notáveis, e se tornam amadores.<br />E é então que se perdem realmente. Perdem o menino perdido que possuem dentro deles mesmos. Raramente encontram um dia. Muitos se esquecem...<br />Não se sabe até onde ele é capaz de ser, e fazer. Acreditar, acredite, vale à pena.<br /><br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 214px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5381560111783711378" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqKLR_IsVGNqw2RRhR5EWAYlcX4-pHtsMs_yocvgD09dHUj06lZ2pxE8EvcPFhwdtBrXHOmG4LCtmG7I3SWAPvTdB4eMX628rEx91V96kLFp7BAMQpfiuZjB7xbp8KLWnE0phpc9E_lbCU/s320/ku.JPG" />Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-6833831109685423412009-09-03T17:15:00.001-07:002009-09-03T17:16:27.812-07:00<strong>Tempo maldito<br /></strong>Tudo que eu faço é andar pra trás, eu não evoluo nunca... Estou me cansando disso. É cansativo recomeçar, e eu insisto em fazê-lo. Ficar parado. Intacto, se mover um músculo sequer correrá o risco de ter de se casar. Cuidado! Mas eu sou inquieto, não dá pra ficar na mesma por mais de uma semana, corre e muda. Mas eu nunca pedi para me acompanharem, ou interferirem em minhas mudanças. Gosto de ser sozinho e, assim cumprir. Só que existe a palavra chave, a mestra do mundo o dono do ser. O tempo. O desgraçado, que me toma pelo braço aponta suas garras e em gargalhadas me cospe a verdade da pior maneira possível, a mais cruel e nojenta. Tô pra traz. Tô fudido. To te tirando os amigos, to te tirando o amor, to mudando suas idéias, e to fazendo de você um nada, corre anda filho da puta! Acompanha-me ou se ferra. Eu me recuso luto e não desisto. Ele é mais forte. Quando vejo estão todos lá, abraçados a ele felizes. Tudo bem, comer poeira não faz bem. Mas sabe? Juro que tive a impressão de que mais tarde eu também estarei lá. E bem mais sábio. Acredito.Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-44547359839062615122009-08-27T10:24:00.000-07:002009-08-27T10:26:35.469-07:00quando passa a efusividade, eu choro.Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-27552521592368617022009-08-25T11:30:00.000-07:002009-08-25T12:04:26.308-07:00<strong>Sendo eu ser nenhum.</strong><br />Dia quieto. Eu poderia dizer tanto, mas não quero lamentar nada, não quero discutir algo meu ou dos outros, não quero lamentar amor, nem mesmo quero pensar. Quero ficar no meu canto.<br />Sentindo esse frio. Curtindo solidão.<br />É a única coisa que quero sempre, solidão. Às vezes me assusto em ver como eu me basto...<br />Meu desinteresse também me incomoda e muito, eu não quero fazer nada e não quero querer fazer algo.<br />Minha vida são momentos. Meus momentos são curtos rápidos e dificilmente se entrelaçam, às vezes acho que sou tão múltiplos eu’s que na verdade não sou eu nenhum. Nenhum eu que interessa a ninguém, eu sou o Eu pessoa, aquele que existe que cumpre deveres como qualquer um eu, mas sinto que não sou eu completo. O meu eu não me muda e não fica, vem tão rápido que não me toca não me sente, e eu mal sei quando se esvai. Quando caio em lucidez outro ser estranho me toma, um ser frio, distante de mim. Eu mesmo o estranho, então assim prefiro ser eu sendo só eu. Sem nada que me mude ou me faça dar conta do que eu nem sei que sou. E sei que nunca serei. <img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5373977965316198290" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxr6fhyphenhyphenP0ig3jVzKcSKwpzb-DzmKU8nNn3zMU0ViItI41lJ_RHA36rfWGHFb98k-zBcQfKPWBBeCSVpAl_0f_hsW3YsjIQBbV2n2KxWqUpu9FoIHDpmeC5AMViUjLO9sKCKdX0J9Mezrri/s320/rr.JPG" /><br />Eu e as minhas músicas. <p>Eu e meu canto quieto. </p><p>Eu e meu café. </p><p>Eu e eu. </p>Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-3830354932177061632009-08-24T08:40:00.000-07:002009-08-24T08:45:40.099-07:00Eu não estou com raiva ou algo do tipo, estou só triste. Não estou também com aquela vontade enorme de te dizer verdades cruas e frias, não quero te atingir de qualquer forma que seja querido, quero mesmo é ficar em meu canto, talvez pensando em você, talvez não. Você me magoou de verdade dessa vez e eu sei pois não estou chorando, não estou te odiando, ou jurando nunca mais te ver. Só tenho uma certeza, não quero mais saber de você, pelo menos por hoje. E se me permite com um pouco de humildade ainda completo que um <em>"Te amo"</em>, hoje, não valeria de nada.<br />Hoje eu pedi que não viesse me atormentar. Para você, lógico, seria uma conversa a mais, tormento algum. Mas eu sei bem que você iria se gabar do final de semana, talvez até inexistente, ou talvez bem ocultado. Abri um sorriso forçado e prometi a mim mesmo que estava bem o suficiente para não ser nada de você hoje. Só por hoje quis não ser mais seu namorado, não ser mais o amor implacável, ou o sofredor idiota. Hoje eu queria ser um menino normal e feliz, queria hoje deitar em minha cama e não ler nada tão poético, talvez uma revista bacana e ver um filme engraçado (ou quase isso). Estudar, hoje eu queria parar com aquele suspiro gostoso de dever cumprido, aproveitar um sol pequeno que envergonhadamente insiste em me chamar pela janela, e ao abri-la contempla-lo com um belo sorriso, e convidá-lo para entrar em meu quarto. Quente, gostoso, arrepios no corpo, corpo abandonado pela cama e sorriso largado, assim sem pressa de ser feliz. Era o que eu queria. Acho que ainda dá tempo *-*'<br /><br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 203px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5373556584775930226" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9jEECM-w-42OaXMP1_cltGI-J4qoZ9EFr3aa4bHh-J62CFEk8EH4tXP35JlqDp5GQ7GrkjRHqiDTIqCxM9rq2hzxwxieJKAS2PttSIs3ZenvAWA54gnQWxR3dhtTHtXQCB4TfDjUj3SiC/s320/OgAAAJkLI-yaBM2a9GFW8Nvf3uWnWdh8AmSZUF0ksGq5cUC-Dt19CGGDyCKMb0zNM2gVt76Ya05YDL4qtoNre8UTVFMAm1T1UP5h_sznauXZKn2XPaAWItCwuQo5.jpg" />Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-89624505080572982722009-08-19T11:21:00.000-07:002009-08-19T11:39:20.878-07:00Devo confessar do quanto estou cansado desse teatro dramático, e se eu pudesse só uma vez pedir a quem for mudança de ato eu o faria, no ato. A pergunta "quando isso irá mudar?" me cansa tanto quanto dizer com quão cansaço estou, mesmo que esteja. Ando me decepcionando muito por encontrar pessoas como eu, não me julgue egoísta ou excêntrico demais, minhas idéias é que são reversas demais. Sendo quem sou e vendo quão diferente sou acredito num futuro digno de toda essa esquisitice, e isso é o que me mantém a crença num futuro melhor que esses que passam por mim como trem bala levando vidas tão rápido quanto traz. Seria arrogância dizer que é pouco demais para mim, viver e morrer? E o além? Eu realmente acreditei no além, e agora estou me achando comum demais. Acho que não quero ser comum.<br /><br />Que eu não encontre a glória eterna, mas, por favor, que eu não seja só mais um.Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-38422227249024497122009-08-17T03:20:00.000-07:002009-09-09T20:24:04.301-07:00<strong>Maldita semelhança</strong><br />Estou sozinho. Tanto fiz que cá estou, eu em minhas lamurias tolas e numa indecisão tão confusa e quase sem sentido. Percebo que quanto mais me aproximo das pessoas mais me pareço com elas, e não que eu não goste disso é só que eu, bem, eu realmente não sei o que dizer. Foi rápido, fácil e quase sem se notar, quando dei por mim e eles por eles, estavam lá e eu cá. Eles notaram, alguns poucos se queixaram bem pouco, e eu estou começando a notar as diferenças.<br />Na verdade eles fazem falta, os amigos, é, talvez fosse algo que alguém tão pequeno como eu não fosse digno de possuir e talvez esse mesmo alguém tão pequeno fosse o responsável por perceber isso. E se assim for, cá estou, e bem certo. Não certo por cá estar, certo por lá os deixar. Eu não suporto nem a mim mesmo, quem dirá a eles. E quando eu digo <em>eles</em>, é qualquer tipo de eles que imaginares, todos eles sejam como for, qual desígnio de identificação ou afeição que haja, eles, todos eles são, ou melhor, não são. Os novos se cansam e logo esquecem, os antigos se acostumam e também esquecem. No fim tudo cai no esquecimento mesmo, deixo estar. E cá ficar...<br /><br /><em>Fiquei tão só, aos poucos. Fui afastando essas gentes assim menores, e não ficaram muitas outras. Às vezes, nos fins de semana principalmente, tiro o fone do gancho e escuto, para ver se não foi cortado. Não foi. Caio Fernando Abreu.</em>Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-89439979971000006772009-08-14T10:02:00.000-07:002009-08-17T04:17:13.259-07:00<strong>Oitenta e poucos em dezessete anos</strong><br />Começar a chorar. Começar a chover. Reconhecer que fez tudo o que temia por uma vida, chorar por tudo o que era pra ser e por algum motivo não foi, lamentar pelo que se perdeu do mundo, perdeu das pessoas, e de si mesmo. Dos amores não correspondidos e demasiado doados, das idéias reversas de um coração tão instável, das angústias sentidas, das vontades repentinas, sede por descoberta. Medo do passado que me assombra, do hoje que me enoja e do futuro que nunca vem. Planos que nada me acarretam a não ser por uns momentos tolos de esperanças bobas que logo se apagam com as lágrimas que se escorrem. E a chuva. E o frio. Você tem medo do que foi, e do que te espera para ser, tem medo de não conseguir corresponder às expectativas, tem medo de não conquistar o sonho e terminar sozinho. No final você descobrirá que nada disso importa e que no fim, bem no fim, é só você contra você mesmo. Por agora as lágrimas me invadem e o frio me consome. Sentado em um café qualquer, olhando pela embaçada vidraça, a chuva que aos poucos começa a passar.Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-41214758842851442852009-08-09T17:35:00.001-07:002009-08-09T17:35:50.538-07:00<strong>Meu tão vivido velho.</strong><br />Suspiro fundo tentando em vão afastar o monstro que tomava minha mente e volto a olhar o trem, aquele barulho ensurdecedor me proporcionava uma sensação que a muito não sentia: Liberdade. Ouvi uns passos e ao erguer minha cabeça vi a cena mais marcante de minha vida, quase arrastando seu chinelo velho foi se aproximando com sua forte presença tão forte quanto aquelas marcas que em seu rosto me escancaravam sua considerável carga de monstros que o acompanhavam até aquele ali e aquele agora. E o cheiro... Respirei fundo e retribui o sorriso do ser que agora tão docemente invadia minha privacidade. Deu-me um cutucão no ombro e postou a tomar seu café. Eu com meu copo de porcelana amarelado antes de me deliciar com aquele prazer imensurável pus a reparar o que me ocorria. Ele com um sorriso no rosto, uma mão em minha perna e um café a boca era dono de um poder tão grande que eu em minha regrada insignificância jamais seria digno de possuir, ele me fazia sorrir... Eu que agora não desviava meu olhar daquela figura tinha minhas dúvidas e meus medos, mas não seria tolo o suficiente em interrompê-lo com perguntas inúteis. O que mais me encantava naquela figura paterna eram sua coragem e disposição, pra ser o que era todo aquele tempo de existência e por me ensinar tudo o que eu sabia mesmo com tão poucas palavras, mas sempre tão sábias. Estava atônito ao observá-lo tomando seu café e a pensar quão idiota era por me importar com problemas tão pequenos quando podia simplesmente ser como ele era, era tudo o que eu sempre quis. De repente sem pretender meu coração dispara e como num choque volto a mim e volto a reparar o trem que longe já se via apitando e carregando consigo meus monstros me deixando agora com meu avô as gargalhadas de meu susto "Ande, tome seu café rapaz!" E me deixando também tolo o suficiente para começar gargalhar junto e começar a me deliciar com aquela maravilhosa sensação de criança protegida.<br />­<br />Ao meu avô, o pai que eu nunca tive. Eu te amo vô *-*'Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-18126734664308390522009-08-07T22:22:00.000-07:002009-08-07T22:23:49.981-07:00<strong>Vamos fazer um filme...</strong><br />­ ­ ­ A noite cai e meu ser se invade de dúvidas e desilusões. O que aconteceu com a casa no campo? O velho livro de cabeceira virado ao avesso. Com o sujo pijama aos trapos no corpo, ao menos me sinto esquecido. E fui?<br />Tenho o direito de saber o que se passa aqui dentro meu Deus?<br />­ ­ Acho que sei bem o que lhe aconteceu esta noite querida... Vou jogar pedras em sua janela e gritar seu nome como quando se tem dezessete... Estou pensando seriamente em comprar um all star descolado, e tomar coca-cola. Vais pular sua janela e ir a um cinema comigo esta noite? Por favor diga-me que ainda se lembra...<br />Vai ver é assim mesmo que acontece com a gente. A coisa toda foge do controle e de nossas vontades. Digas que ainda pensa em mim esta noite, imploro.<br />­ Ou seria muito esúpido bater em sua porta e lhe pedir um café? <em><span style="color:#666666;">Greg.</span></em>Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-47990340842095131062009-08-06T09:03:00.000-07:002009-09-09T20:19:26.592-07:00<strong>Guria­ </strong><br />Ela estava lá sentada em busca de algo, seus olhos brilhavam e sua pele se arrepiava de acordo com os batimentos de seu coração. E como ele era grande! Ela por sua vez era pequena e indefesa, seu corpo aparentava um pouco menos de sua verdadeira idade, e seus medos a tornavam cada vez mulher, mas era indefesa... Agia sempre por impulso, decepcionava sempre as pessoas que mais a amavam, se decepcionava sempre. Tinha o enorme e incontrolavel desejo de amor, queria a qualquer custo e a qualquer momento ser idolatrada, adorada, amada. Tudo que saisse desse eixo ela evitava, tinha seus medos. Era pequena demais para arriscar, para sentir o que tinha por mim... Era pequena demais para admitir que me amava, era pequena demais para mim. Assim a deixei, sentada. Talvez ela esperasse por algo meu, algum gesto que a passasse confiança necessária, eu não podia. Não podia dar mais do que eu já remetia. Assim deixei meu amor, a minha espera. Adeus. <em><span style="color:#999999;">Gregory</span></em><em><span style="color:#999999;">.</span></em><br /><em><span style="color:#999999;"></span></em><br /><em><span style="color:#999999;"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 193px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5366882666778425602" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjki4OeyQZVcgYDjWfqRlNrGQSO8rXymxeRsLCsDw4cLpKcaqyXGWUdUhEZObrj6H1wUokvpJff_W_LtuasvinPYCbLE3xOSGh7E-w2zGgshNWlZSiKkOdb0a9no4Ik6wHD-IQIMKUajPqV/s320/OgAAAKCdXZrcJBqlpO9aX1UV-e79Nt9I87aObnRQAdM90fjtUL4_U4R77LHNhMeci9ghCLja-zLL7JIPmy_WrECp0tMAm1T1UAUvlbWlSYfIQ5JZD3i4DhsLHxS2.jpg" /></span></em>Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-28955285650452114452009-08-02T10:31:00.000-07:002009-08-02T10:40:41.578-07:00<div align="left"><span style="color:#666666;">Dois ou três almoços, uns silêncios.</span><br /><span style="color:#999999;">Fragmentos disso que chamamos de "minha vida".</span><br /><br />Há alguns dias, Deus — ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus —, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.<br />Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de "minha vida". Outros fragmentos, daquela "outra vida". De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos.<br />Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.<br />Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector "Tentação" na cabeça estonteada de encanto: "Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível". Cito de memória, não sei se correto. Fala no encontro de uma menina ruiva, sentada num degrau às três da tarde, com um cão basset também ruivo, que passa acorrentado. Ele pára. Os dois se olham. Cintilam, prometidos. A dona o puxa. Ele se vai. E nada acontece.<br />De mais a mais, eu não queria. Seria preciso forjar climas, insinuar convites, servir vinhos, acender velas, fazer caras. Para talvez ouvir não. A não ser que soprasse tanto vento que velejasse por si. Não velejou. Além disso, sem perceber, eu estava dentro da aprendizagem solitária do não-pedir. Só compreendi dias depois, quando um amigo me falou — descuidado, também — em pequenas epifanias. Miudinhas, quase pífias revelações de Deus feito jóias encravadas no dia-a-dia.<br />Era isso — aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.<br />Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome.<br /><br /><br /></div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 237px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365421641771776402" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgKitHo1IPbbvbwQljAoz__zJmUFA8OHDSz6Wr1oMzln0neDEz4XU4zCQWQ7p3KUtTTJhIbgOQySZpQdnhtsrxhhgfsmSAQzH6S835zfgWwyjQcSA5uSSjQ0A07sArAWNbNb-ZQRWMaPMy/s320/09_caio_fernando_de_abreu.jpg" /> <p align="center"><em><span style="color:#999999;">(Por Caio Fernando Abreu)</span></em></p>Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-22093907772326738592009-07-31T10:07:00.000-07:002009-10-13T12:31:51.712-07:00Suponho que até onde vai a verdade de um poeta se encontra a necessidade de um inocente.<br /><br /><br />Se assim for, espere um momento querida. Preciso brincar de viver...Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4910758693683106420.post-79709565342108830042009-07-31T08:01:00.000-07:002009-07-31T08:12:50.333-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEityAi0s_KyZ5PO4K7rarZARByOWMMd0Km1B3RPBf7QTEqP8W6xxO6thqmtsZBNBEPWb5IU6GMNrhL-kY-nXTxYF0ojTUy6vFwTdsKMFjW1ZqPI0RQRfa4kGNi3nfFdXhL9a7iibDx47y28/s1600-h/SEM_TT~1.JPG"></a><br /><div><div><div><strong>Sob a luz do luar</strong>.<br />Já não tinha forças, era consumido a cada dia por si próprio. Não agüentava mais aquele suplicio ao qual era submetido todos os dias, não queria ver ninguém se acabar por sua culpa. Não queria ver-se definhar aos poucos com seus vícios nojentos, buscava salvação. A morte lhe beijava docemente apresentando-lhe solução em ver aquele penhasco. Mas quando tinha oportunidade se sentia imundo sem coragem sequer de acabar com aquele sofrimento.<br />Os dias passavam lentamente e as noites eram intermináveis, à luz do luar buscava forças como se alimentasse de algum tipo de energia oculta. Aquele frio e aquela brisa lhe proporcionavam as melhores sensações, era como se os problemas se acabassem, os inimigos se rendessem, as obrigações se perdessem e tudo saia do compasso. Nada importava só o aqui e o agora. Tinha a idéia de que tudo na vida teria enfim um propósito, seus medos se tornariam pequenos diante do seu grande eu. Enfim descobriria quem era, e aquela incessante busca por autoconhecimento se acabaria.<br />Então de repente, sem pensar, abriu os braços respirou fundo e pensou que valeria a pena viver. Mesmo que tudo se acabasse à luz do dia, que aquele tormento voltasse tendo que se descobrir ao amanhecer uma nova forma de entorpecer suas dores, valeria a pena viver. Não era fácil, nem agradável. Mas ainda sim valeria. Foi-se embora, com os pensamentos de renovação à flor da pele, antes que o sol aparecesse e o tocasse queimando de vez qualquer réstia de esperança que em seu coração ainda habitava. <em><span style="color:#999999;">Greg M.</span></em></div></div></div>Gregory Malthushttp://www.blogger.com/profile/12724553087294951282noreply@blogger.com0