Sob a luz do luar.
Já não tinha forças, era consumido a cada dia por si próprio. Não agüentava mais aquele suplicio ao qual era submetido todos os dias, não queria ver ninguém se acabar por sua culpa. Não queria ver-se definhar aos poucos com seus vícios nojentos, buscava salvação. A morte lhe beijava docemente apresentando-lhe solução em ver aquele penhasco. Mas quando tinha oportunidade se sentia imundo sem coragem sequer de acabar com aquele sofrimento.
Os dias passavam lentamente e as noites eram intermináveis, à luz do luar buscava forças como se alimentasse de algum tipo de energia oculta. Aquele frio e aquela brisa lhe proporcionavam as melhores sensações, era como se os problemas se acabassem, os inimigos se rendessem, as obrigações se perdessem e tudo saia do compasso. Nada importava só o aqui e o agora. Tinha a idéia de que tudo na vida teria enfim um propósito, seus medos se tornariam pequenos diante do seu grande eu. Enfim descobriria quem era, e aquela incessante busca por autoconhecimento se acabaria.
Então de repente, sem pensar, abriu os braços respirou fundo e pensou que valeria a pena viver. Mesmo que tudo se acabasse à luz do dia, que aquele tormento voltasse tendo que se descobrir ao amanhecer uma nova forma de entorpecer suas dores, valeria a pena viver. Não era fácil, nem agradável. Mas ainda sim valeria. Foi-se embora, com os pensamentos de renovação à flor da pele, antes que o sol aparecesse e o tocasse queimando de vez qualquer réstia de esperança que em seu coração ainda habitava. Greg M.

0 comentários:

Postar um comentário