O Bicho na Montanha
Do negar o sonho para não ser
Contrariar o curso e desviar a rota
Da poeira que embruma o sentir, e esquecer
Enquanto a lua nos envolta
Sê o que ninguém ousou portar
Não beber
Não comer
Não falar
Sedento por confusão
Sedendo por vaidade os momentos da razão
Cais em profunda agonia
No cais da solidão
Faz da vida a fantasia
Dos otários que profanam de paixão
O Bicho, o meu lugar esquenta
Sabe que o tempo não importa
Celebrando, faz da tragédia a mais bela festa
Cumpre em dança minha derrota.

Da longa caminhada em que aqui cheguei
Se paro e morro, digo pelo caso de que me cansei
Tento, ao menos, o sonho do recanto
Encontrar Nele alento à todo o pranto.
Que a menina meu destino guarda em véu
Pois de desço viro presa pouco a pouco
Se me esqueço, assim permaneço, até o céu
Mas aqui preso, fico um tanto quanto louco
Do que se agarra para mostrar
Ter certeza de viver
Em pleno peito declarar efêmero pulsar
Balbuciantes palavras a perecer
Pois o instante acaba
O efeito logra
O eterno enferma
A verdade morta

Do Bicho à espreita
Tomado de volúpia fome
Sua, minha, nossa ceia
Consumi o mundo. E Ele me consome.

1 comentários:

Anônimo disse...

EU AMO, AMO, AMO, AMO AMO ESSE! POSTA MAAAAAAAAAAIS!

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