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Nada mais excitante um gato que dorme.
Dorme não, morre.
De língua pra fora, mordendo a ponta.
Ronronando a princípio, tiques nervosos e
de corpo, abandono.
Em posição fetal. Aos dois meses, filhote ainda?
Mas tal criatura estrábica.
Coloco reticências em tudo. Às vezes, as tiro relendo meus escritos para não passar por leigo, mas o fato é que não sei escrever. E, mesmo odiando correções, ainda assim, não sei escrever...
Tem um pensamento ali caminhando, três pontos, (pontinhos) três passos.
Tem culpa cá dentro e uma raiva não canalizada me tirando a razão, me fazendo imoral.
Quando, reconhecendo meu erro, não me lembro mais dele.
Tem culpa cá dentro.
Um gato morto ao meu lado.
E eu não sei escrever.
Eu.
Escrever.
Não.
Seu cheiro.
Seu pelo.
Apelo.
Silêncio.
Se pudesse, te esmagaria com minhas próprias mãos. O faria explodir, e possuir-te enfim. Eu seria. Matar-te-ia.
Liberdade nada mais é que instinto. Instinto que não reprimimos. Viver: comer, respirar, amar, matar e, por fim, morrer. Liberdade é ser bicho.
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