Meninos perdidos
Hei de encontrá-los em cada lugar que fores, mas não abra seus olhos demais, os garotos costumam ter medo de estranhos. Não que você vá ser um anormal demais perto deles, mas eles, acredite, são demais para sua anormalidade.
São pequenos, variam de forma, cor, e espaço. Mas são sempre os mesmos seres pensantes. Os mesmos seres tocantes. E em sua forma pequena, discreta, quase imperceptivel aos olhos amadores, quase nunca são notados. Mas isso não os afeta na maioria dos tempos, preferem ser encontrados por aqueles seres também pequenos que não buscam, esperam.
E de encontro em encontro percebem tamanha grandeza de seus intimos. E de corpo. E de alma. E sentem. Sentem mais que qualquer outro ser pensante escondido ou quase imperceptivel aos olhos amadores. Sentem tanto que sofrem. Sofrem pelo que encontram nos caminhos. Sofrem pelas diferenças encontradas e indiferenças para com suas dores. Sofrem pelos outros que não enxergam o sentimento e a verdade escondida em cada ato. Em cada plano. Local. Cor. Desejo. Dom. Feito.
E então se perdem, os meninos se perdem nos detalhes que seus olhos não amadores os apresentam, de repente sentem medo. Alguns desistem. Esquecem as dores as esperas e não buscas as cores e o espaço. Disfarçam da forma mais descarada os detalhes, o escondido do podre de cada ser. Abandonam suas particularidades pequenas não notáveis, e se tornam amadores.
E é então que se perdem realmente. Perdem o menino perdido que possuem dentro deles mesmos. Raramente encontram um dia. Muitos se esquecem...
Não se sabe até onde ele é capaz de ser, e fazer. Acreditar, acredite, vale à pena.

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